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segunda-feira, 25 de maio de 2009

cansei.


Uma árvore, outra árvore, mato, mato, mato, mato. Pisca e pensa o quão pesadas são as imagens repetidas. Mal de fotógrafa.
Não gosta de ver as mesmas pessoas, os traços cansam o click mental e deletam o prazer em vê-las. Em sintonia, encontram-se os ímpares que, de tão fotogênicos, fazem-na querer revelar sempre; certamente tais personagens não permitem a seus olhos tal previlégio.
Ignora aquele sujeito que insiste em desconfigurar os planos e segura a ponta do dedo. Não podem ser íntimos, lembra-se de ser o errado, no ângulo torto, na hora contrária da foto. Apaixona-se fácil por aquele que, sem esforço, amplia a sua luz. Existe o que não se importa em ser capturado; existe o que, como os índios, vê sua aura ir-se ao ser fitado. Não é grosseria, nem desamor pelos que à amam; é a automática seleção do agradável à mente e aos seus olhos, que buscam o contraste, o movimento, o quadro e... click.

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