Calça jeans – “farwest” como ele dizia – boca de sino, botina de couro, camisa de estampas coloridas e aberta até o quarto botão, fivela gigantesca de níquel já fosco pelo suor, colete, cabelo cobrindo os ombros, costeletas – verdadeiras suíças – e um cigarro de filtro amarelo pendurado entre os dedos. Sentado à escrivaninha, a fumaça saindo pelas narinas, escrevendo algo em uma velha máquina de escrever. Os pés batendo junto com o groove vindo do velho toca-discos. Tudo embalado em um marmanjo de 24 anos.
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
Good Times
sexta-feira, 6 de janeiro de 2012
Mais um sonho…
“Amor... amor...”, cada palavra era uma sacudida que ela dava no ombro dele, “acorda, amor...”
Levantando a cabeça e fechando a boca, que esboçava um pequeno filete de baba escorrendo, confuso, talvez ainda bêbado, não pensou muito. “Fala...” Os olhos nem se abriram.
“Amor!” Ela puxou o travesseiro dele em um safanão violento.
Com um salto, ele levantou todo o tronco do colchão, sentando na cama.
“Pronto, acordei!” Coçou os olhos usando as costas da mão. “Que foi, baby?”
segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
Serrana – Parte III (Fim)
O sargento Rubião planejou como conseguiria a arma, e então João Pardal daria um fim naquele diabo que desvirginara sua filha. Com dois homens seus, cujos nomes foram perdidos na história, Rubião Petrosky matara um assassino qualquer – cujo nome também foi perdido -, que atirara em outro depois de uma desavença decorrente de apostas em jogos de cartas, e incriminou Novembrino. Os três policiais prenderam o pistoleiro e como presente, roubaram-lhe o revólver de prata. Novembrino foi mandado à Capital, onde cumpriria dez anos pelo crime que não cometera. Rubião levou o pagamento a João Pardal que, alegremente, inaugurou seu novo revólver com o marido infiel.