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segunda-feira, 29 de junho de 2009

Minha vez

Está na hora do elemento masculino do blog postar sobre futebol. O que melhor que a final da Copa das Confederações?

Os investidores do soccer norte-americano estavam esperando essa hora desde a Copa de 94, quando investiram milhões para popularizar a bola redonda na terra do Tio Sam. Nem Beckham ou Pelé conseguiram empurrar os destemidos yankees para frente no futebol jogado com os pés, somente um título semi-importante como esse poderia realizar o feito. Com a zebra magnífica, desclassificado a favorita Espanha, Hollywood se interessou na história, mobilizando milhões de dólares para uma super promoção de cinema contando a incrível história de um time pequeno que, com raça e determinação dos seus antepassados peregrinos, bateu as melhores seleções do mundo chegando a final e, as God as our witness, chegaria ao título em uma batalha digna de Davi e Golias, é claro que estamos de US and A!

Dito e feito, os yankees ficaram motivados, ainda mais depois das tentadoras ofertas hollywoodianas. O técnico Bob Bradley seria interpretado por, obviamente, Tom Hanks; o atacante Altidore pelo genial Michael Clarke Duncan (À Espera de um Milagre); o craque do time, Landon Donovan por Christian Bale (Batman Beggins). Rumores diziam que Will Smith faria uma participação especial como Barack Obama mandando uma mensagem de “Yes we can!” para os jogadores no vestiário. O time americano veio para cima e, com o espírito Rocky Balboa de superação, abriram o marcador no primeiro tempo. Será que finalmente os EUA teriam sua grande chance no footsoccer? Nem mesmo Zina (“Ronaldo! Brilha muito no Cúrintia”) previa esse resultado.

Mas ai acabou o primeiro tempo. O repórter Mauro Naves confessou nos microfones da Rede Globo sua preocupação com a saúde física do técnico Dunga, “A veia do pescoço dele está mais saltada que o normal”. Nos vestiário o comandante brasileiro mostrou porque era o capitão do tetra. Com uma mijada soberba, gritos na orelha do canela-fina Ramirez e um chimarrão feito com carinho por Paulo Paixão, Dunga motivou o time. O Brasil voltou para o segundo tempo ainda pingando, mas inspirado.

Contentes com a vantagem, os norte-americanos voltaram tranqüilos ao campo. Mas não contavam com a nossa astúcia; Luis Fabiano mostra o poder de reação que só um ex-malaco encrenqueiro pode ter e marca dois gols empatando a partida. Parecia que o jogo ia para a prorrogação, os trinta minutos mais agonizantes do mundo esportivo, mas ainda existia um outro guerreiro em campo. Da zaga surge a face do herói, com a fúria estampada na fronte, Lucimar, o Lúcio, surge voando no meio da área americana e cabeceia o gol da vitória. Em lágrimas de alegria ele corre para o abraço! Os produtores executivos da Universal Studios não acreditavam no que viam, um potencial blockbuster escorria por entre seus dedos. Agora teriam que voltar sua atenção para o filme em homenagem a Michael Jackson, “Moonwalking with children”.

Mas a verdadeira motivação de Lúcio ninguém sabia. Se mostrar útil ao Bayern Munich? Amor a pátria? Que nada, ele queria é ser interpretado por Clive Owen.

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