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sábado, 5 de dezembro de 2009

Barfly

Adoro ir a um bar. Fato, todos sabem, não nem porque comecei o texto com essa frase. Enfim... Dependendo da situação e companhia, quanto pior o bar melhor. E de vez em quando é bom sair do circuito universitário da Trindade-Carvoeira-Córrego-Pantanal: Quebra-Gelo, Iega, Nina, Meu Escritório, Gus, Vasquinho/Cocaina, Midnight, todos são bons, uns mais que outros, um você não leva a namorada, uns você nem sabe quanto gastou até o bar fechar. Mas o mesmo garçom de sempre e a mesma mesa plástica da Skol, exigem uma mudança de hábito de tempos em tempos. Um telefone inesperado pode fazer isso por você.

Quando o telefone tocou, eu estava jogado no sofá, assistindo Jornal Hoje, morrendo com o calor infernal. Para não me estender em diálogos e histórias, ele tinha que entregar o TCC na faculdade, mas ia ter que ficar esperando até a orientadora chegar. Como não é bobo, ligou pro amigo que morava mais perto e que sempre topa uma parada cervejeira no meio da tarde para um gole. Sinceramente, não o culpo. Desliguei o telefone, peguei a camisa e os tênis surrados e me mandei a pé para o rendezvous.

Chegamos lá, todos os bares dos arredores fechados. Não sei qual o negócio desses bares de faculdades particulares, fechar em plena tarde quente de quarta-feira. Não faz sentido. Conseguimos informações em um restaurante quase fechado que existia um bar no outro lado da rua. Estranho porque só tinha uma loja de colchões lá. Fomos mesmo assim, o que tínhamos a perder? Já estávamos suando como porcos mesmo. Para nossa surpresa, existia uma sobloja – dúvidas sobre a existência dessa palavra – escondida. Descemos a escada e ali estava o oásis.

O boteco, sim aquilo sim era um boteco por definição, o diminutivo de “botequim”, segundo as proporções e “decoração”. Era um daqueles bares que você imagina o cara que concerta sua lavadora de roupas tomando uma cervejinha depois do expediente. A mulher tinha recém aberto as portas, era tudo nosso. A entrada estreita não dava lugar para mesas, só o balcão e seus bancos. Era um balcão daqueles que a metade de baixo é uma janela de vidro do refrigerador, cheio de refrigerantes dentro, diversão para todas as crianças, embora eu duvide que alguma freqüentava o ambiente. Na parede um brasão do Figueirense e outro do Vasco, só faltava um pôster de Campeão Brasileiro. Entre os brasões Nossa Senhora de Fátima olhava para a geladeira de cerveja.

Mal sentamos e a mulher do bar ligou o radinho, só sertanejo. Pedimos uma cerveja. “Schin ou Kaiser?” Dá-lhe Schin. A primeira veio congelada, a segunda no ponto. Marlboro vermelho na mesa, cinzeiro a caminho, isqueiros acesos, fumaça pelos ares. No fundo escuro do bar, duas mesas de sinuca. “Isso ta começando a melhorar”. Alguns jogos, papo vai papo vem, estava na hora de ir.

Meu Deus, como é bom abrir um bar. Você se sente tão digno. Ai ai, adoro ir a um bar. Fato. Acho que vou terminar agora, está ficando repetitivo.

Um comentário:

Stefanny disse...

huisahuias, "marcador: alcool" XDD