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domingo, 12 de abril de 2009

Foi e não voltou.

Chegou a hora de partir e deixar para trás o passado, sempre tão presente.

Ela olha para trás. Analisa o que deixa na casa que não era sua, conta as poucas coisas que leva na mala: duas calças, três blusas - aquela branca, que ele adora, fez questão de deixar -, um pote de lágrimas gordas e muitas decepções.

Obviamente que houve coisas boas, mas ao fazer o que mamãe ensinou e colocar as coisas na balança o prato das péssimas lembranças quebrou, tamanho o peso.

Ela olhou para trás. Uma última vez. Deparou-se com sua imagem postada à porta. Não imaginou que seria diferente: olhos pesados, tristes e a mesma inércia de sempre - aquela que não o fez mudar.

Bem que tentaram avisar. Mas o que ela poderia ver além do jeito tímido de rir e de fazê-la desarmar-se?

Bom, então ela olhou aquela última vez para trás e ele estava lá, como sempre esteve; mas ela não. Quando ele a olhou logo percebeu que ela ia. Para não voltar mais.

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