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domingo, 12 de abril de 2009

Quando você já sabe o que é a perfeição

                A mulher que amo tem cabelos negros e compridos. Olhos castanhos profundos, como buracos negros no céu, onde, sem perceber, me perco ao fitar por muito tempo. Ela, com a pele clara, a estatura mediana e a boca macia, leva-me à cada detalhe seu e me transporta à porta de sua alma, sempre com o êxito em passar despercebida.

                Gosta de música; não só de ouvir, mas também de tocar. Temos gostos semelhantes; os dela, adquiridos de mim, ou de seu passado e futuro. Gosta de beber e falar, e de Syd Barret e os Beatles. Senta comigo na sacada para fumar e escrever nas noites solitárias. Tem pensamentos indecifráveis, com momentâneos lapsos de razão, mas seu olhar me dá um brilho de esclarecimento. Às vezes pareço entendê-la, às vezes um ponto de interrogação paira em seus olhos. É contraditória, parece me amar em um momento, mas me odeia e se afasta em outro. Às vezes me trata apenas como velho amigo, às vezes como eterno amante.

                Ela tem cabelos negros e compridos, olhos castanhos com tons de mel, desses de se perder ao fitar por muito tempo. Mas o mais importante: a mulher que amo não existe.

 

Com revisão e bedelho da Carol.

3 comentários:

Cacau disse...

as partes ruins são do kaxopa, óbvio

hahahahha
lembrou uma música do toquinho e vinícius.

Thamiris disse...

Existe sim... hahahahahaa
Todo mundo tem alguém que ama. :P

Thamiris disse...

Mesmo que você não conheça a pessoa...