Isso de quinze minutos ainda me dá medo. Teorizei sobre as coisas que falei, as pessoas que me apaixonei e os furos que eu quase dei. Tudo acontece em quinze minutos ou menos.
A mesa rosa, com aquele arranjo de flores de festa de quinze anos – depois meu irmão levou pra casa, pagando que comprou pra minha mãe na floricultura -, as meninas de vestido e os garotos de camisa e sapato. Tudo fez parte de mais um quarto de hora que mudou a vida de mais um, a minha, sinceramente, não notou em nada. O gordinho espinhento nem sequer fazia parte da decoração, não abria a boca e fazia o perfil detonado e loser pro resto da vida sem ligar. Achei engraçado e, como até hoje, tento fazer a maluca que entra na sua vida de repente. Dessa vez funcionou.
- oi, como vc tá aí sozinho?, vem beber coca com vodka!
- eu não bebo.
- Como não?
- Prefiro ficar sozinho
- Ninguém prefere ficar sozinho, as pessoas acabam tendo que ficar sozinhas
(***)
Também na festa de quinze, que dessa vez era a minha, apareceu mais um furão. O pai falava que não queria pessoas fora da lista, mas eu liberei bem uns 20 a mais, achava de esquerdinha. O cara era bonito, apresentável e perguntou meu nome e qual era a onda do meu anel tão lindo; “é de paris, meu pai me deu”.
-Pode sair comigo sem o anel?, juro que vou lembrar o seu nome.
- Onde iríamos?
- Assistir um filme no cinema
Esse cara me consumiu por mais de ano, até hoje aparece dia sim, dia não. Esse fez diferença na minha vida, e o diálogo que me apaixonou durou mais que cinco e menos que quinze minutos. Cuidado com essas frases de “efeito”, elas pegam a gente sem dizer oi.
2 comentários:
Adoro sacadas de frases de efeito e marcas que, no momento, não queriam ser marcas.
A parte bonita do mundo é feita dessas coisas...
MARAVILHOSO!
vc escreve lindamente!
;**
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