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sexta-feira, 6 de novembro de 2009

What a Wounderful World

Já me disseram que os temas expostos por mim aqui e em outros blogs são repetitivos. Eu até penso concordo, mas acho que me sinto mais à vontade quando falo sobre os comportamentos e relações sociais atentamente observados dia à dia.

Saindo da faculdade em uma quarta-feira calorenta desses últimos dias, eu constatei o quanto o ser humano acomoda-se na rotina cega do cotidiano. Na noite passada eu estava completamente absorto em reflexões sobre os meus relacionamentos e o meu futuro pessoal/ profissional; naquele momento quando tudo se mistura e quase nos precipitamos em mais uma crise de identidade. Confesso que sou extremamente vulnerável a essas. Fui dormir realmente duvidando se eu conseguiria levantar no dia seguinte para encarar uma vida de normalidades e carapaças sociais.

Me impressionei com a naturalidade em meu levantar sonolento para colocar mais dez minutos de “soneca” e depois tomar meu café-da-manhã já pensando nas resoluções que teria que tomar no transcorrer do dia. “E a crise de ontem?” – vocês me perguntariam. Pois é, mas tem um fator constatado por mim depois de alguns perrengues antigos, que agora minha mente já o executa de forma automática: minimizar os problemas e crises para que as tarefas possam ser desempenhadas da forma mais competente possível.

Esse é o ponto onde eu quero chegar. Depois de um dia inteiro de estudos e trabalho, ao retirar meu carro do estacionamento superlotado da faculdade, eu fiquei pensando em quantas pessoas não acumulam – e anulam – frustrações, traumas e angústias ao usar o artifício da rotina excessivamente atribulada que nos impõem todos os dias.

“Não tenho tempo para isso, tenho que ir sempre – e obstinadamente – em busca da minha ascensão social.”

Quando nós chegamos lá, sem mais montes e montanhas a transpassar, observamos furtivamente – com o cantinho do olho sobre o ombro – os problemas que deixamos pra trás e que agora virão se escancarar à nossa frente.

Esse é o nosso Mundo Moderno. Mundo Medíocre. Mundinho Merda.

2 comentários:

Dani Nakamura disse...

E muitos nem conseguem tempo pra ter reflexões como essa...
É esse tempo que tantos dizem não ter que faz a diferença para aqueles que o valorizam.
A falta de tempo que vai procrastinando a vida.

(teu texto me apaziguou, falo sério, man;)

Anônimo disse...

Fantástico. Inspirador! Verdadeiro e inteligente.