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sexta-feira, 7 de outubro de 2011

O caso (parte III-Fim)

(parte I e parte II)

cinzeiro

Todos poderiam passar batidos pelo pequeno caso que rolava. Mas, como sempre, eles foram ficando desleixados, preocupando-se menos com os amigos e começaram a fazer tudo em publico. Mas juravam que era apenas uma vez por semana. Só para aliviar a tensão, sabe como é? Seguravam-se para não fazer mais de uma vez, porque era gostoso, aliviava muito a semana. E o papo era ótimo.

Todos os amigos do casal sabiam do que estava rolando e, francamente, não davam bola. Era normal, não faziam mal a ninguém. Só faria mal se os namorados descobrissem. E aquilo não deveria acontecer tão cedo. Não era nem bom pensar nisso.

Em certa quarta feira, depois do trabalho, encontrei os dois em uma roda de amigos em um bar da Trindade. Vinho, chope e conversa fiada. Não tardou para o casal não conseguir mais se segurar. Aquele clima de taberna realmente influenciava. A conversa, o álcool, tudo conspirava. Trocaram um olhar digno de amantes, telepata, que não podia ser mais convidativo.

Levantaram-se, caminharam para a parte externa, rindo e continuando alguma bobagem que era assunto na mesa. Ao chegar à rua, ele puxou do bolso o maço de cigarros, ela puxou do seu bolso o isqueiro. Serviram-se de um delicioso e proibido cigarro light. Com a fumaça saindo, hora de suas bocas, hora de seus narizes, continuaram conversando.

Porque aquilo não era traição. Era? Apenas um maço de cigarros escondidos dos amantes? Eles diziam que não. Eram apenas amigos que fumavam escondidos. Mas admitiam que era um caso. Sim, um caso, mas não sexual. Acabamos chamando aquilo de um caso nicotiniano. Daria um bom conto, certo?

--Fim--

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