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sábado, 24 de outubro de 2009

Então, que seja doce

Mesmo viajando, ainda tenho a sensação de ser a pessoa que mais sente saudade no mundo. Sou tipo a Maria, deixo as migalhas por aí, esqueço delas. Na verdade, não esqueço, eu sinto saudade. E isso se repete desde os animais, tipo a pantufa, a gata do papai, e os peixinhos do oceanário de Lisboa, até o próprio papai. Sinto falta do barulho da igreja de São Pelegrino em Caxias do Sul. Até disso.

Mais que tudo, tem aquela arvorezinha que você faz um pedido em Porto, cinco quadras da Rua da Saudade. Já fiquei um dia inteiro tomando velhotes por ali. Logo perto, pode-se comprar um fitinha no quiosco – “quiosco” é uma palavra em cordobês, mas não sei como é em português – e anota o seu maior desejo. Anotei “que seja doce, que seja doce, que seja doce...” sete vezes, como no texto “Os dragões não conhecem o paraíso”, e, até hoje, porra! até o filha da puta do dia de hoje, não sei o motivo de tanto pensamento positivo. Tem sido bem amargo. Acho que a fitinha escapou, sei lá.


Um comentário:

Daniel disse...

Desculpa, tive que usá-lo...